quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

De VOLTA???

Estive tanto tempo ausente do Bolg, das palavras e das leituras que não são só de quem as escreve, mas também, e quase sempre, de quem as lê, que o reencontro com as teclas e com a escrita de coisas várias é-me dificil e intermitente.

Difícil, porque me sinto enferrojado e perro, nas ideias, nos dedos e nos conteudos.

Intermitente, porque embora queira ficar e conseguir manter-me por aqui continuamente e sem escapadela, é-me impossivel afirmá-lo com certeza, por mim, pelo trabalho e por me conhecer...

Bom Ano a todos,
t.

quarta-feira, 28 de junho de 2006

Casa...

Estou condenado deste o passado sabado a permanecer em casa...
Tenho como limite de espaço nos próximos 10 dias as paredes da minha simpática casa.
Sou neste momento um ser humano contagioso para a maioria dos seres humanos e potencialmente perigoso para crianças e fetos dentro de grávidas!
Sou neste momento um adulto com doença de criança... pontos vários pelo corpo-qual camaleão- e com uma verdadeira oportunidade de retemperar energias... haja disponibilidade!

Enfim... venha o ar, venha a vida desenfreada sempre a correr, mas acabe-se o tédio de ver os dias passarem embrulhado no sofá a ver filmes nas pausas dos cochilos sistemáticos...

domingo, 18 de junho de 2006

As neuras...

Há dias em que o simples abrir das pestanas para mais um inicio tardio de dia significa um estado tal de amargura contagiante a tudo o que nos rodeia... Deixa de ser a nossa amargura, a nossa rabugisse e passa a ser parte integrante de tudo o que nos faz sentir...

Preservo-me neste dias que ultimamente tanto me tem atormentado, guardo para mim as suposições e as amarguras e reservo-me a encaixotar algures no baú da mente o que não interessa!

Bem sei que as neuras são comuns a todos nós, uns porque as hormonas existem e inevitavelmente modificam e controlam tudo... Outros porque são neuróticos e o simples bater de uma peça no enredo criado significa todo um novo ciclo de ruminanço interminavel... Outros ainda, porque a companhia excessiva da cama lhe devolve um humor sem graça, perdido na felicidade dos outros que não é a nossa... Depois temos os que são naturalmente forças da natureza na arte de azedar... ultrapassam-me este ultimos!


Enfim... Um dia de cada vez dizem... que seja!
Venha o próximo

quarta-feira, 14 de junho de 2006

Quando Lisboa é Lisboa...

No mês de Junho Lisboa volta às suas raizes, à sua identidade popular e perde o snobismo de urbe intelectualoide que insiste em tornar a cidade num local de nichos e tribos sociais... Talvez a excepção esteja na salada de frutas que o Bairro Alto nos vai oferecendo, reunindo todo o tipo de pessoas em todos os mais diversos lugares comuns...

Mas voltando a Junho, quando Lisboa é Lisboa e volta à raiz de dançar ao som dos artistas populares que não poucas vezes critico pela pobreza artistica e pelo reflexo pobre que dá da musica e cultura que se vive neste pais...

Junho trás os cheiros! Trás a sardinha assada e as febras na brasa... as ruas dos nossos bairros populares são invadidas pelos odores intensos das brasas!
Junho trás as cores! Ruas compridas e estreitas são enfeitadas com cores e luzes várias, enfeitos que preenchem o imaginário popular alfacinha!
Junho trás as gentes! As ruas são invadidas pela vontade comum de viver a folia, a alegria de andar sem parar e ver mundo e meio em sintonia onde só cabe meio mundo!
Junho trás a musica que se diz portuguesa! Os bailaricos ao som de artistas populares multiplicam-se, os criticos como eu deixam-se envolver e cantam como nunca os exitos que tanto condenam!
Junho trás as marchas! Se existe o carnaval, Lisboa vive para as marchas, para a disputa baIrrista de se ganhar o prémio de um ano de trabalho!

Enfim... em Junho Lisboa trás consigo o cheiro popular que tanta mistica lhe dá, Lisboa é fado, é gente na rua, é sardinha assada, é as marchas populares, é uma mistura de cor e vida que peca por ser temporária...
Em breve esta harmonia e este espirio alfacinha perder-se-ão, mas fica a certeza, como todos os anos fica, de que para o ano há mais...

domingo, 11 de junho de 2006

Há momentos assim...


Durante um largo periodo estive a trabalhar à noite, a servir bebidas e petiscos vários num bar do bairro alto... A experiência foi optima, pelas pessoas com quem trabalhei e pelas pessoas que tive oportunidade de conhecer...

Contudo, a verdade é que enquanto trabalhava nesse mesmo bar a servir bebidas e petiscos vários às mais diversas pessoas, perdia as jantaradas em casa dos amigos, as noitadas no bairro, as visitas culturais a bailados, concertos ou instalações (como odeio este conceito...). Perdia simplesmente pela impossibilidade de estar presente!

Faz pouco tempo que deixei de estar nesse mesmo bar a servir bebidas e petiscos vários e as jantaradas regressaram ao ritmo ideal, as conversas continuam onde ficaram da ultima vez, as pessoas mantém-se as mesmas e as distâncias reduzidas...

Ontem foi dia de jantarada. Riso, canto, diversão, poesia, vodka russo, conversas que expõem, pessoas que nos seduzem na arte de serem...

Foi bom sentir toda esta plenitude e voltar ao meu Gin... doce e eloquente quanto baste!

Cereja no topo do bolo, recebi a minha prende de aniversário, um livro de Boris Vian (escritor de eleição), um livro que não sabia exisitir... Pensava já ter lido tudo dele, mas afinal como alguém diz: "Nunca ninguém lê tudo de alguém..."
Parece que é verdade...

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Crianças Invisíveis


Na passada sexta feira, tive oportunidade de assistir ao visionamento de imprensa do filme Crianças Invisiveis, antes de partir novamente com destino a Itália!

O filme conta de forma inequivoca histórias de crianças que estão em todo o lado, mas que muitas vezes os nossos olhos se esquecem de ver... Sob o olhar de 7 maravilhosos realizadores, são nos dados a ver testemunhos de uma realidade que nos passa diariamente ao lado... A forma como Emir Kusturica, John Woo, Spike Lee, Ridley Scott, Mehdi Charef, Katia Lund e Stefano Veneruso nos contam as histórias destas crianças fazem-nos entrar em momentos arrepiantes de profunda comução...

Histórias reais de vidas reais com personagens que vivem a fantasia da realidade de outros, é um filme verdadeiramente belo, pela inocência e despudor com que nos faz chegar o relato de vidas que muitas vezes ignoramos... talvez por ser mais fácil que continuem como sempre estiveram... INVISÍVEIS...

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Destinos


Depois de relembrar por onde passei...
Deixo-vos em Florença, perto da ponte Vechia, a olhar o horizonte onde o sol se esconde...

domingo, 7 de maio de 2006

segunda-feira, 1 de maio de 2006

História de uma(s) vida(s)...


Na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois o meu pai morreu. hoje,
na hora de põr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva, cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós for vivo, seremos
sempre cinco.


José Luis Peixoto, A Criança em Ruinas

Uma nova etapa

Começou hoje uma nova etapa no percurso que me cabe a mim viver... As circunstacias que acabam por ser consequência do que fazemos antes, durante e depois delas, trouxeram-me para um inicio que me encanta, motiva e apaixona...

Não lhe vejo o fim e espero que quando chegar, que o seja porque há simplemente, uma mudança de estrada...

sexta-feira, 28 de abril de 2006

Em Itália


Como sabem, estive em terras transalpinas, onde o cheiro a pizza em cada esquina se mistura com a surpresa de um monumento a descobrir... É de facto lindo e puro o ar que se respira enquanto se viaja de cidade em cidade, na procura de novas imagens e logo depois novos sentires que nos preenchem de forma plena.
Desta vez a escolha recaiu sobre a Liguria e a Toscana.
A Toscana é de um equilibrio arrepiante, da simplicidade dos campos à imponência de Pisa, Siena ou Florença.
Como alguém disse uma vez, "Quando a Natureza criou o mundo, reuniu grande fatia do melhor em Itália".
Mais destinos se seguirão, hoje deixo-vos em Siena...


Siena, 2006, t.

terça-feira, 25 de abril de 2006

Coisas que vi...

Já escrevo de novo no teclado do meu portatel, que tão bem conheço e no qual por defeito não faltam acentos nem existem teclas fora de lugar...

Vi coisas que os olhos vêem, mas as palavras não descrevem... fotografei e as imagens gravadas falam por si...






Cinqueterra, 20 de Abril 2006
t.

terça-feira, 11 de abril de 2006

Em Itàlia

Bem tento escrever como mandam as leis neste teclado, mas é impossivel, nao hà til nem tao pouco acentos agudos ou graves, enfim, o que esta virado para a direita de quem le... e o chapeu? Nada, nem chapeu, nem til, nem acento... Fica o registo de Itàlia.

quinta-feira, 23 de março de 2006

Gritos

Hoje escrevo porque me apetece gritar... porque acumulo sem parar o que me entope e quero falar...
Porque faz parte da forma como sinto as coisas, vivo e elouqueço saudavelmente...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

Ausências



Às vezes e não poucas, somos obrigados a deixar umas coisas para podermos fazer outras. É o trabalho que acumula e nos prende às leituras, aos escritos técnicos; é o tempo que não para e que com ele trás os prazos, as datas que se têm de comprir...
Às vezes e não poucas, somos sugados pela vida, temos de lhe dar alento, corremos, sorrimos, rimos, gargalhamos, beijamos, tocamos, cheiramos, sentimos...
Às vezes e não poucos, deixamos o nosso cantinho e abrimos a janela do mundo lá fora...

domingo, 15 de janeiro de 2006

Ouvi na rádio

Estava frio e ameaçava chover nos instantes seguintes.
Eu estava numa das interminaveis filas de fim de dia e acabara de iniciar-se as noticias radiofónicas de umas das estações que habitualmente oiço na ausência de um cd.
Na rádio, dizia-se que nos ultimos anos os cientistas descobriram mais de 160 planetas fora do nosso sistemas solar, mas que nenhum deles se assemelha à nossa (será?) Terra. Neste preciso momento, enquanto a rádio através do seu locotor dizia tamanho número fixo o olhar no que me rodeava, nos carros, nas luzes, nas estradas, nas pessoas... e pensei: que particularidade teremos nós para em mais nenhum lugar se ter desenvolvido tão complexa rede de ligações sociais, tão forte ligação com aquilo a que convencionámos chamar história, a hiatória que diariamente escrevemos, feita de guerras, de fome e de fartura, de extrema riqueza ou do outro lado extrema de pobreza.
Num daqueles momentos em que nos sentimos verdadeiramente a duvidar.
Começou a chover...
Foi bom...