segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Impostos? Subam onde podem...

Numa altura em que a sensação de desgoverno e, porque não, receio de uma desgraça anunciada que começa a estar cada vez mais eminente nos parecem tão reais como inevitáveis, os nossos governantes "fazem de conta" que governam.
Todos sabemos que Portugal, acima de tudo, é um grande "compadrio", sendo, uma espécie de grande potência nessa matéria...
Bem sei que há questões nos bastidores que nos ultrapassam, coisas "obscuras" como o tempo cinzento que nos tem coberto as cabeças desde Dezembro último. Mas tal como o tempo chuvoso do último mês e meio já começa a incomodar pela permanente e insistente teimosia em nos fazer viver numa espécie de Londres subdesenvolvida, há coisas que, por muito "obscuras" que sejam", são difíceis de compreender.
Tirando o PCP, partido cujas ideias nem sempre têm o meu acordo, a verdade é que nenhum partido faz a razoável proposta de taxar de forma justa os lucros ofensivos que os Bancos apresentam. Enquanto se discute os efeitos que a redução do Pagamento Especial por Conta (PEC) pode ter na vida das Pequenas e Médias e Empresas (PME) e, consequentemente, na economia social, o PS e a direita fazem ouvidos "mocos" à proposta que, de acordo com Eugénio Rosa, traria ao estado uma receita de mais 1,3 mil milhões de euros. Note-se que é neste ponto que tanto PS e CDS estão disposto a "ceder um pedacinho" para viabilizar o Orçamento de Estado (basta recordar as palavras enamoradas que Paulo Porte e Sócrates trocaram no último debate Parlamentar quando se referiam às negociações do OE).
É importante salientar que para obter mais 1,3 mil milhões de euros de receita o estado só teria de ter a coragem de fazer com que os Bancos paguem a taxa que todas as outras empresas pagam de IRC (25% em vez dos actuais 15%).
Vá-se lá entender... Tal como as nuvens não nos têm deixado ver o sol no último mês e meio, há 30 anos que no parlamento também há quem não veja para além da sua bancada.

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