segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Alegre, mas pouco!

Confesso que a prontidão da resposta de Louça à disponibilidade de Alegre me deixou, na altura, ou tanto ou quanto atordoado... pela rapidez, pela prontidão e pela estranheza da sensação de estar perante um "yes man".
Tudo isto seria apenas retórica ou figurativo se não nos lembrássemos da últimas presidenciais, onde Louça foi o candidato do Bloco sem que, na altura, estivesse tão preocupado com a "convergência da esquerda" para derrotar a direita. Compreende-se que o momento político e a situação do país são distintos dos que se enfrentavam na altura, mas não deixa de ser estranho que sem a Mesa Nacional discutir o assunto, o líder do Bloco tome esta posição de forma tão irreflectida e, arrisco, imponderada face às consequência internas que terá dentro do partido.
Estranha-se ainda mais o facto de em 2006 as condições, pelo perfil e pelo tipo de candidatura de Alegre, serem mais favoráveis para que reunisse o apoio da Esquerda que não se identificava com o PS de Sócrates. Agora as circunstâncias são outras: Alegre espera e deseja ter o apoio do seu partido, tendo para isso aceite silenciar-se, afastando-se do parlamento e preparando o terreno para uma "disponibilidade" à muito anunciada.
Importa não esquecer que o Bloco já não é simplesmente um partido de protesto, tem responsabilidades acrescidas face aos últimos resultados eleitorais (europeias e legislativas) e tem, desde então, mais olhares sobre as suas propostas e sobre o rumo que toma. É por isso fundamental que não se ignore o enorme capital de confiança que o eleitorado deu, quando claramente votou BE separando-se da "pseudoesquerda" socialista de Sócrates e seus comparsas.
Ora, unido-se tão prematuramente a uma candidatura que ainda pode muito bem vir a ser socialista, Louçã corre o risco de esvaziar, num curto espaço tempo, o capital de apoio e confiança que levou 10 anos a ser conquistado. Pior, arrisca-se a que a já frágil unidade interna do partido seja ameaçada, imagine-se, pela ausência de diálogo.
Vejamos o rumo que esta novela toma...

Impostos? Subam onde podem...

Numa altura em que a sensação de desgoverno e, porque não, receio de uma desgraça anunciada que começa a estar cada vez mais eminente nos parecem tão reais como inevitáveis, os nossos governantes "fazem de conta" que governam.
Todos sabemos que Portugal, acima de tudo, é um grande "compadrio", sendo, uma espécie de grande potência nessa matéria...
Bem sei que há questões nos bastidores que nos ultrapassam, coisas "obscuras" como o tempo cinzento que nos tem coberto as cabeças desde Dezembro último. Mas tal como o tempo chuvoso do último mês e meio já começa a incomodar pela permanente e insistente teimosia em nos fazer viver numa espécie de Londres subdesenvolvida, há coisas que, por muito "obscuras" que sejam", são difíceis de compreender.
Tirando o PCP, partido cujas ideias nem sempre têm o meu acordo, a verdade é que nenhum partido faz a razoável proposta de taxar de forma justa os lucros ofensivos que os Bancos apresentam. Enquanto se discute os efeitos que a redução do Pagamento Especial por Conta (PEC) pode ter na vida das Pequenas e Médias e Empresas (PME) e, consequentemente, na economia social, o PS e a direita fazem ouvidos "mocos" à proposta que, de acordo com Eugénio Rosa, traria ao estado uma receita de mais 1,3 mil milhões de euros. Note-se que é neste ponto que tanto PS e CDS estão disposto a "ceder um pedacinho" para viabilizar o Orçamento de Estado (basta recordar as palavras enamoradas que Paulo Porte e Sócrates trocaram no último debate Parlamentar quando se referiam às negociações do OE).
É importante salientar que para obter mais 1,3 mil milhões de euros de receita o estado só teria de ter a coragem de fazer com que os Bancos paguem a taxa que todas as outras empresas pagam de IRC (25% em vez dos actuais 15%).
Vá-se lá entender... Tal como as nuvens não nos têm deixado ver o sol no último mês e meio, há 30 anos que no parlamento também há quem não veja para além da sua bancada.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Quanto a ler mal os sinais das últimas legislativas...

No público: "(..) Teixeira dos Santos, fez um balanço "claramente positivo" da discussão e elogiou o "empenhamento claro" do CDS".