quinta-feira, 5 de abril de 2007

Pensar as Instituições

Vivemos tempos contorbados e de dificeis definições nos diversos campos de intervenção educativa. Num periodo em que os sinais do Governo são inequivocamente contorversos e por vezes incoerentes e contradiórios no que diz respeito à educação, as crianças, para quem deviam ser pensadas as escolas e outros serviços educativos, estão cada vez mais sós e isoladas nas batalhas e dificuldades que se lhes deparam.

A realidade de quem educa é diferente de quem decide.
A realidade de quem decide é diferente de quem estuda.
A realidade das crianças é a que menos conta neste processo de sistemáticos equivocos...

Cair na crítica fácil pode ser uma tendência de quem vive e procura, com humildade, pensar a "nossa" educação. Igualmente, pode-se cair na terrivel asneira de culpabilizar indiferenciadamente os agentes educativos através de atribuições externas de responsabilidades. Aceitamos a paixão que o tema suscita e afastamo-nos de uma postura que deveria receber das nossas Universidades o que elas produzem, em termos de "saber", e continuamos a cometer os erros que os outros, antes de nós, já cometeram. Mais grave é continuarmos a incorrer nos mesmos erros (repito: que outros já cometeram) sob a desculpa de serem erros normais do percurso essencial da nossa eternamente jovem democracia. A verdade é que já não é assim tão jovem...

Diz-nos a psicologia que a capacidade de aprender com os erros, sejam nossos, ou de outros é uma sinal inequivoco de intelingência, talvez seja a adapatação de que Piaget nos fala e que os étologos reforçam. Mas de adaptação vê-se pouco...

Ao afastarmos-nos do "pensar", "diferenciar", "equilibrar", aproximamo-nos do "racionalizar", "racionar", "cortar", afastamo-nos da qualidade a que uma "cultura de criança" nos exige e aproximamo-nos da indiferença pelo que fazemos do nosso futuro.

A sociedade é vitima de sistemáticas e violentas mudanças que não só nos afectam diariamente como se dão a um ritmo fernético e avassalador. A flexibilidades das nossas estruturas é escassa e perante tamanha exigência que o ritmo da modernidade nos coloca, são grande as dificuldades para não colapsarem.

É importante que os educadores se pensem e recoloquem perante as dificuldades, que garantam às nossas crianças um educação de qualidade, respeitando as dificuldades que os ritmos de hoje nos colocam, mas nunca esquecendo que numa "cultura da criança", o dever principal é educá-las. Privá-las deste direito é negligenciar o "outro", é, efectivamente, uma forma preversa de maus-tratos...

1 comentário:

maresia disse...

utopias... também vivo algumas...