sexta-feira, 20 de agosto de 2004

É bem mais facil falar das paixões que conhecemos, porque falamos delas com a paixão de quem as sente, são as nossas paixões, diferentes das dos outros e das nossas noutros tempos, por outras coisas, por outros momentos.
Passamos, alguns de nós uma vida à procura de um amor imenso que nos derrube da razão, que nos invada sem pedir licença, que seja o pretexto para cometer as loucuras que só a paixão das coisas e pelas coisas nos faz cometer... passam momentos e coisas pelos nossos olhos - que estão obstinados por uma procura que não queremos racional, mas que já a é, porque em vez de sentir os estimulos, procuramos o que queremos que seja, não sentimos o que podemos se não virmos nas coisas o que queremos que elas sejam...
Queremos sentir algo despromovido da razão, mas é com ela que a procuramos, é com ela e sempre com ela que julgamos as coisas que nos acontecem, sem a humildade de as aceitar, não reconhecemos nelas a possibilidade de nos darem o que ambicionamos... Somos egoistas, queremos amar, mas queremos amar dentro dos limites que estabelecemos, existem amores que não nos servem, é cinica a procura...
Procuramos demasiado, é um erro fatal, um erro que nos bloqueia o caminho, a quantidade de vezes que nos deixamos parar à espera que o sentido, o "tal" sentido que é tão importante encontrar apareça! Mas se é assim, nunca vamos conseguir viver as coisas intensamente e desmesuradamente... Então de que vale procurar, esperar por algo que não estamos preparados para aceitar, simplesmente porque não toleramos a sua existência de uma outra forma que não seja a imagem onirica que criamos das coisas que nos ensinaram a sentir como belas...
É uma questão de relatividade, de sequências de momentos que conferem sentido e proposito ao que vivemos. As coisas não saõ isoladoas umas das outras, "o todo é diferente da soma das partes", pois que o seja... E se o é, de que server dividir as coisas, medir comparativamente umas e outras, nós somos o que somos pelo contexto em que o somos, e porque somos sempre diferentes do que fomos quando vivemos o que nos serve de termo de comparação...
Mas enfim... somos humanos, faz parte errar, faz parte procurar, faz parte viver as angustias, faz parte a insatisfação, fazemos parte de um todo diferente da soma das partes...

quinta-feira, 19 de agosto de 2004

Dizeres...

Um arco, quatro fortes e tensas cordas, um corpo geometricamente desenhado e moldado às formas de um outro corpo que lhe dá voz...
A perfeita comunhão de dois amantes que se traduzem simultaneamente quando se tocam... Sem mediadores, só verdades...







segunda-feira, 16 de agosto de 2004



A procura de algo perfeito, dos sons ideais que dizem os nossos sentires, a musica descritiva das coisas, dos afectos, a minha musica, unica sincera forma de dizer as coisas sem entrelinha, só os sentires... É ela o meu veiculo, é ele o meus instrumento!