quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

Frases soltas II...

"Quando tudo depende do aspecto exterior, perdemo-nos no reflexo dos espelhos que comtemplamos e jamais nos encontramos dentro de nós."

Richard Bach

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

Digam lá...



Quantos de nós não se esquecem de olhar em e para a frente?

Insónias...

Os dias são longos, porque se perpetuam pela noite dentro...
As manhãs começam cedo...
O corpo não se recente, apenas reclama que devia estar onde os sonhos ganham forma...
Eu escrevo, leio, estudo a ciência que me orienta, à espera que os olhos se fechem e dêem lugar ao que há-de vir...

domingo, 18 de dezembro de 2005

Partilha...

Para todos os que choram, os que exclamam, os que questionam, os que suspiram, os que sentem frio... para todos os que desacreditam...
Para todos os que sorriem, os que proclamam, os que afirmam, os que igualmente suspiram, os que sentem calor... para todos os que não duvidam...
No espaço entre dois momentos, existe dia, noite, tarde, calor, frio, vento, chuva... existe espaço para tudo mudar, para tudo se reinventar...
Oiçam, ela fala verdade...

Frases soltas...

"Eu sou aquilo que perdi..."
Fernando Pessoa

sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

Como prometido

Falando de musica... Aqui deixo Rachmaninov... Concerto n.º 3, 1.º Andamento!
Alguns conhecem de um celebre filme, outros porque é de longe das mais dificeis e espantosas obras de piano compostas...

Para ouvir até ao fim...

Conversas de bar...

Hoje foi um dia preenchido como todos, raio de correria...
Mas tive tempo para ir a um bar simpático com um amigo que já não via desde o Verão e passou-se uma noite simpática... Soube bem!
Depois de beber uma Amendoa Amarga, saborosa... conversa aqui, conversa ali, dizem-me:

"São nos momentos das grandes catastrofes (leia-se a morte de uma filha) que perspectivamos a vida de um prismas totalmente diferente... o duplex que queriamos ter, o carro que queriamos comprar, as filas de transito, os problemas de trabalho... deixam de ser... deixas de querer... deixam de importar... porque tudo o que queres é ter a TUA filha de novo a teu lado..."

Mais não se disse... e eu fiquei a pensar!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

Uma questão de disciplina!

E quando temos de trabalhar e tudo o que nos apetece é arranjar razões para o não fazer?
Abrimos o jornal, folheamos páginas sem ler e sem que o conteudo nos interesse por ai além...
Colocamos um Cd para relaxar ou embalar o trabalho, mas nada...
Ligamos a Tv e fazemos um zapping desesperado à procura de alguma coisa... nada!
Pegamos no livro e tudo o que nos apetece é não ler!
Deambulamos pela a casa à espera de um milagre. Do milagre nada e o trabalho por fazer...
Pegamos no telemovel, ligamos, falamos, desligamos e... nada!

Até a página do computador não deixa de ficar em branco...

terça-feira, 13 de dezembro de 2005

Vamos a exame?

Nas deambulações que faço pelo jornal, lá vou encontrando matéria sobre o que escrever... No Publico de sábado li dois artigos que explicitamente falam contra a medida do Ministério da Educação em acabar com os exames nacionais de Português no 12º Ano. Aliás o Ministério decidiu reduzir drasticamente o número de exames nacionais!

Os artigos de João Cândido da Silva e de Aldina Silveira Lobo, são contra a redução do número dos mesmos.
Também a Fenprof veio a terreno dizer que a medida do Ministério não é a melhor...

Confesso que a reacção em torno desta decisão causou-me de algum modo surpresa, porque de facto os exames são actualmente uma forma de segregar milhares de estudantes.
Mais do que isso, o que me custou mais ler, foi a utilização do argumento que tal medida iria diminuir a exigência para com os alunos!

Eu pergunto: Será a existência de exames Nacionais que nos deve orientar para uma educação de exigência e excelência dos nossos alunos, ou ela deve ser acima de tudo uma bandeira do nosso ensino independentemente da forma como se mede?

Nos referidos artigos vai-se mesmo mais longe afirmando que com esta medida o Ministério não estará a cuidar devidamente do Português e como tal o número de iletrados e de jovens a falar e escrever mal no nosso país vai aumentar.

Parece-me a mim que se parte desde logo de uma perspectiva desajustada. Os exames estão longe de ser o motivo pelo qual devemos ser exigentes, os exames são uma tentativa fracassada de uniformizar processos e em limite facilitar a tarefa dos professores que se podem encostar sistematicamente sobre as bandeiras: "tenho um programa a cumprir" ou "tenho de preparar os alunos para exame".

No fundo o que acontecia é que os professores eram orientados para prepararem os seus alunos para uma prova que traduz o sucesso ou insucesso dos memos. Agora estão orientados para coisa nenhuma. Será que é isso que os assusta?

Com esta medida é necessário esperar para perceber quais as implicações e o que pretende a Sra. Ministra com tamanha revolução. Parece-me a mim que o caminho é este, mas ainda é necessário que se criem programas curriculares adequados a cada contexto, que os alunos com menos meios possam de alguma forma planear o seu percurso e com isso partir em igualdade de circunstâncias com os alunos a quem não falta nada...

A existência de uma espécie de Portfolio, onde o aluno apresenta as disciplinas que escolheu para o seu currículo em função de eventuais estudos ou curso técnicos que queira seguir.
Talvez a selecção nas Universidade e Institutos tivesse que ser mais caso a caso... São caminhos!

Medidas assim, ajustariam a resposta às necessidades do nosso país, impedindo que os jovens chegassem ao secundário com a convicção que estudar é difícil demais. TEMOS DE SABER ENVOLVER OS NOSSOS ALUNOS NA CONSTRUÇÃO DAS SUAS OPÇÕES!

Naturalmente que assim, os professores teriam um trabalho muito mais exigente e teriam de ser eles próprios a fazer os seus currículos, ai os manuais já não seriam suficientes (Se calhar é isso que temem...).
Os alunos são o motivo pelo qual existe escola, se não trabalharmos para melhorar as suas condições, eles vão continuar a deixar de ir.

A decisão de reduzir os exames não me parece desajustada, mas falta agora o resto, trabalhar no sentido de igualar as oportunidade para todos... os exames não trouxeram nunca uniformização, só mesmo naquilo que medem, porque quem mediam sempre estiveram distantes nas realidades e nas vontades...

A exigência no ensino não deve ser consequência de um produto que pretende medir o que os alunos decoraram para aquela dia em especial, mas sim de uma cultura de raiz que pretende produzir profissionais competente e capazes nas mais diversas áreas do saber/fazer!

Para reflexão:
Será que o fim dos exames nacionais no 12º Ano é assim tão má ideia?
Quais as consequências positivas e negativas que esta medida nos pode trazer?
Sendo necessário um critério de selecção de alunos, que critério sugerir?
Deveriam as Universidades/Institutos/Escolas Técnicas ser responsáveis pela selecção dos alunos, ponderando os diversos factores incluído o currículo do candidato?
Será que são os exames o que nos deve guiar para uma politica de exigência no ensino

Li...

Talvez seja do tempo, talvez seja da crise geral, mas as manifestações que de alguma forma referem saudade daquele colo, ou daquele abraço, ou daquele beijo, ou daquela compreensão lêem-se como fruta da época...

Disseram-me...

"para não cair na leviendade da blogosfera e afins..."

Conversei...

Alguém: estava agora a pensar, é estranho termos estado na mesma turma tantos anos e conhecermo-nos tão mal...

t.: nunca fomos do mesmo mundo...

Alguém: pois não

t.: mas o tempo ajuda a diminuir distâncias e a reaproximar pessoas que à partida nada tinham em comum... faz parte!!!

Será que faz?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

O grito do Ipiranga

A maioria da nação anda preocupada com as eleições, com o que os candidatos dizem e acima de tudo com as falhas que cometem para que se possa falar delas e assim fazer politiquices...
Candidatos à parte quem acaba por pagar a factura de se falar em trivialidade e não de politica, de se passar ao lado de proposta concretas e de sermos tão condescendentes na exigência e seriedade que solicitamos aos nossos politicos que nos mentem porque nós não sabemos nada e eles tudo sabem...
Mais uma vez e sempre vai passar-se ao lado do que realmente importa...

Vejo...

... a procura que me fez criar este sitio...

Diz tudo...


Enquanto se olha eu vejo o que mais ninguém vê...

domingo, 11 de dezembro de 2005

A verdade de dizer mal...

Tenho por hábito ao fim de semana, por ter algumas horas mais desafugadas da azafama que são os meus dias chamados "uteis", comprar o mesmo jornal generalista à sexta, sabado e domingo.
Nesse mesmo jornal, encontro sempre artigos de opinião de grande conteudo e riqueza, ou não fossem eles de opinião... Ainda assim, ultimamente tem existido um discurso tão dificil de suportar que o bem fadado jornal já anda por ai sem que lhe pegue...
A reflexão critica, deu lugar simplesmente à critica e por vezes acontece mesmo encontrar os chamados "todolgos" (expressão de um professor meu na Universidade) a falar daquilo que desconhecem, apontado contras a certas medidas, quando são esses contras os prós pelas quais as medidas devem ser implementadas.
Não basta dizer que está mal porque achamos que sim, há que ponderar melhor o que se diz e neste caso o que se escreve... É um facto que o pais não vai bem, mas não é só dizendo o que está mal que se segue no sentido que devemos andar.
Claro que não querendo cair no erro de ser um "todolgo", quando refiro que não é suficiente apontar o dedo sem se saber do que se fala refiro-me à educação, onde vezes sem conta se dizem autenticas barbaridades, resultado do profundo desconhecimento das matérias em discussão.
Srs e Sras "todolgos/as" se querem dar lugar ao vosso exercício de "todologia" que o façam com a campanha eleitoral, ai estão á vontade para falar do que não sabem...

Foto postal...


É verdade que em mil cliques, talvez dois sejam exactamente aquelas que queriamos que fossem, mas mais dificil é quando não queremos coisa alguma e nos sai um autentico postal...
Esta foi na Cervinia... Eu gosto!

Ora oiçam lá...

Finalmente consegui partilhar musica... oiçam...
Susana Baca!

sábado, 10 de dezembro de 2005

O que nos dizem...

Escrever...
Viver a fantasia das palavras e ler o que nos faz sentido ler…
Se escrever é um processo de criação que nos faz querer dizer coisas e diferentes coisas de cada vez, é mais que tudo um exercício de saber escutar o que sussurram as palavras...

terça-feira, 6 de dezembro de 2005

Depois da missão, A GUERRA!

Censurado...

Estive ausente do pais em Missão Diplomática


Este meu primeiro post depois de uma longa ausência é para informar os imensos leitores deste espaço (ou não!) que estive em missão diplomática por terras transalpinas. Acontece que lá, em Itália, existe um enorme monumento que requer atenção e cuidados muito especificos que sou eu e mais algumas pessoas sabem prestar.
Desloquei-me então até á cidade de Torino mais especificamente, passando antes por pequenas cidades como Saint-Vincent, Aosta e muito passageiramente Milão.
Uma vez em Saint-Vincent, a primeira das paragens com direito a dormida, comecei de imediato a minha missão, dura e dificil, pois trata-se de uma peça de fino e delicado recorte, mas de uma tremenda robustez interior.
A complexidade da tarefa fez-me ficar por terras de Sr. Berlusconi (amado por todos os Italianos como o Cavaco é amado pelos portugueses com a cabeça no sitio) durante uma semana e obrigou-me a trabalhar em Turim, onde os meios de que dispunha eram mais sofisticados. (Imaginem que lá os picas trabalham ao sabado... mas isto são contas de outro rosário)
Uma vez em Turim, continuei a minha tarefa cuidadosamente, mas os dias foram insuficientes e não consegui concluir a missão de forma a regressar completamente realizado...
Quando cheguei novamente à terra deste grande filósofo que dá pelo nome se Socrates quem veio a precisar de restauro fui eu... tal não foi o choque!

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

Pensamento do dia...

A informática fez um acordo com Deus:

Deus não arranja computadores e a Informática não faz milagres.

sexta-feira, 2 de setembro de 2005

Departues

Ver alguém partir acaba por ser sempre uma experiencia que nos deixa um misto de saudade e vazio... Hoje foi um amigo...

Até breve!

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

segunda-feira, 29 de agosto de 2005

Imaturidade Feminina

Quantas e quantas vezes somos confrontados com a acusação de sermos imaturos por não sabermos o que queremos ou então porque sabemos, mas não estamos é a ver bem as coisas. Existe uma espécie de conformismo social em que o papel de imaturidade cabe ao sexo masculino. Sinceramente, se alguma vez foi esse o cenário vigente na nossa sociedade, hoje em dia as mulheres – como em quase tudo – estão também a assumir protagonismo nessa matéria.

Os homens sempre foram acusados pela forte presença que a figura maternal tem nas nossas vidas, de não cortarmos o cordão umbilical, de vivermos sempre sob as saias das mães e de dependermos delas em doses massivas. A verdade é que hoje em dia o sexo feminino está cada vez mais complexo nas teias que cria em seu redor. São um conjunto de características que se misturam, trazendo à superfície uma imensa incoerência entre o dizer e o fazer, entre o que se quer e o que faz por ter. Os pólos que supostamente não se deveria tocar, no caso das nossas queridas mulheres sobrepõem-se.

A grande característica do sexo masculino e a mais incompreendida é a sua simplicidade de pensamento. Não fomos nós que inventamos a cor salmão (o que raio é isso), não somos nós que dizemos não quando queremos dizer sim ou vice-versa, não fomos nós que criámos os jogos do toca e foge e sem dúvida que não fomos nós os criadores da actual promiscuidade em as relações estão mergulhadas.

Uma grande máxima diz que comportamento gera comportamento. Naturalmente que o sexo masculino é uma vitima das circunstâncias que o rodeiam, se as mulheres são incoerentes e inconstantes, é difícil não fraquejar aqui e ali. E se nós fraquejamos aqui e ali, as mulheres não têm aquele pilar que tanto ambicionam ter a seu lado. Não existe perfeição, só na nossa cabeça, nos nossos sonhos.
É o chamado ciclo de pescadinha de rabo na boca...

No fundo, é tudo uma questão de perspectiva, não sei se a imaturidade é feminina ou masculina... talvez seja mais... humana. ;)

quinta-feira, 25 de agosto de 2005

Conversas de Carro 2

Desta vez a viajem foi por terras algarvias. Infelizmente deparei-me com a triste realidade de ainda hoje existirem em pleno céu aberto fossas que transformam qualquer ambiente por perto simplesmente intransitável. Pois bem, enquanto conduzia a caminho de uma praia pouco invadida pelos turistas estrangeiros e portugueses que insistem em trazer a casa às costas quando é suficiente apenas uma toalha, um crema e vá uma sacola para uma ou duas sandes de courato e presunto. De volta ao caminho... Em pleno território "fossal" um jovem Eng. refere que o cheiro só nos era desagradável porque nos ensinaram assim culturalmente. Ou seja, se nos tivessem ensinado que o cheiro a merda é agradável, hoje provavelmente existiriam perfumes dessa respectiva matéria. Já Bruner dizia que existe uma dimensão fundamental para a compreensão do homem, a dimensão cultural e que nem sempre temos o cuidado de incluir esse prisma nas análises que fazemos dos nossos comportamentos. Limitamos o homem a uma dimensão biológica e psíquica. A verdade é que se hoje algumas das "normas" sociais nos são passadas assim é porque fizeram sentido em determinada altura e porque alguém as sentiu dessa forma. Se assim é será que alguma vez os maus odores poderiam ser considerados bons? Alguém se imagina a sair de casa para uma daquelas noites em que queremos estar particularmente bonitos e cheirosos e chegada a altura de escolher o perfume optar por aquele que nos faz lembrar uma ida à nossa casa de banho?

quinta-feira, 11 de agosto de 2005

Viagens Urbanas...

As rotinas têm aquela invariável e aborrecida característica de se repetirem sistematicamente ao longo de dias que parecem ter parcelas de dia sempre iguais aos anteriores. Associados às rotinas aparecem pequenos prazeres, que chamamos de rituais. São as rotinas que cumprimos com satisfação todos os dias, são aquelas que implicam um sorriso interior, são aquelas sem as quais o dia poderá não correr tão bem como seria esperado.
Certo ser urbano, típico no seu ar matinal pesado, rosto fechado, olhos cerrados numa conjugação de sono e birra com o despertador que sistematicamente o lembrava - tens que te levantar, tens que te levantar... - rotineiramente viaja pela cidade a caminho de um destino que é dele e possivelmente comum ao de outro alguém. Encostado com a cabeça a balançar no vidro do autocarro, enquanto vê arvores, carros, prédios a passar, enquanto vê arvores, carros, prédios, os dias que já passaram.
A diferença dos dias reside nas caras que se cruzam, nos sorrisos que se negam, eventualmente no lugar que ocupa. Mas sempre a mesma vontade, o mesmo desejo lá dentro, no seu interior a perguntar – E se a minha vida fosse a dele, ou a dela, ou daquele, ou deste?
Que pedaço de dia seria este que se cruza comigo se eu visse com os olhos de quem olho agora?
Flashes de sonho, com tempero de realidade invadem os olhos, os ouvidos, o paladar, o toque e a rotina vai mudando ao mesmo tempo que a sua vida ganha outros contornos, outras caras, outros tempos, outros espaços... E a expressão muda, a satisfação de diariamente poder fazer tantas combinações como as vidas que se cruzam no ser trajecto devolvem-lhe o sorriso, tiram-lhe o ar pesado, abrem os olhos e fazem a birra passar, com a certeza que amanhã, haverá mais vidas para sonhar...

Jazz na Gulbenkian

Estão de volta à Gulbenkian os concertos de Jazz depois de um ano de interrupção. São doze os concertos agendados, que oferecem uma grande variedade de sonoridades. Hoje tive o prazer de assistir ao concerto dos Invisible Correspondance, uma formação composta por elementos de outros dois conjuntos, os Sound of Choice (Dinamarca) e os IXI String Quartet (França). Como o nome indica, nem sempre é facil perceber a ligação entre a formação, somos confrontados com uma linha muito ligeira que separa a musicalidade do caos. Confesso que é um estilo demasiado experimental para o meu ouvido, com muita eletrónica à mistura, mas para quem tem um ouvido aberto a novas sonoridades, recomendo.
Mais importante é que numa altura em que se cortam fundos para tudo, o Jazz está de volta à Gulbenkian...
Que a aposta continue.

terça-feira, 9 de agosto de 2005

Conversas de Carro



Enquanto viajava a bordo de um daqueles jipes de cidade pelas belas e imensas serras de São Pedro do Sul, a olhar pela janela concentrado na paisagem repleta de pinheiros e outras árvores ainda por arder neste nosso imenso universo verde, sou surpreendido por amiga que diz (já não me recordo em que contexto): "quando era pequena pensava em desatarraxar os pés!". Ideia peregrina que ficou logo a tilintar na minha cabeça. E se fosse possível desatarraxar os pés? E se para alem dos pés fosse possível desatarraxar qualquer parte do nosso corpo, braços, mãos, pés, pernas, cabeça... O corpo seria como uma outra qualquer peça de vestuário, escolhíamos a cabeça, os pés, as mãos que melhor se adequassem às nossas necessidades e circunstâncias.Mais fantástico seria se cada uma dessas partes já viesse programada com saber, por exemplo, uns pés de Cristiano Ronaldo, umas mãos de Miró ou Bica, uma cabeça de Bill Gates.Não sei se teria piada emprestar os meus pés a alguém ou até mesmo andar pelas ruas com outros pés senão os meus... Gosto muito dos meus pés!
Além disso dada a generalidade da estupidez das pessoas, acho que o acesso ao dons de outros seria demasiado para que o seu uso fosse apropriado, a tendência seria naturalmente olhar para a única parte que nunca perdemos de vista no nosso corpo... o umbigo!
Foto de Floris Andrea